Pantanal brasileiro: melhor época para ver onças
Explorar o Pantanal brasileiro é mergulhar em uma das maiores e mais ricas planícies alagadas do planeta. Com mais de 210 mil km² de extensão, o bioma se espalha pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, oferecendo uma biodiversidade espetacular que atrai amantes da natureza do mundo inteiro.
Entre as inúmeras espécies que habitam o Pantanal, a onça-pintada ocupa um lugar especial: é o maior felino das Américas e símbolo da vida selvagem brasileira. Observar esse animal majestoso em seu ambiente natural é um dos maiores privilégios que a natureza pode proporcionar.
Neste guia completo, você vai descobrir qual é a melhor época para avistar onças-pintadas no Pantanal, quais os principais destinos para encontrá-las, além de um roteiro detalhado, dicas práticas e sugestões de outras atividades para tornar sua viagem inesquecível. Prepare sua câmera, seus binóculos e seu espírito aventureiro: o Pantanal te espera com experiências únicas e emocionantes.
O Pantanal é conhecido como o melhor lugar do mundo para observar onças-pintadas em seu habitat natural. Suas extensas planícies alagáveis atraem esses felinos imponentes para as margens dos rios durante a estação seca, oferecendo oportunidades únicas para avistamentos inesquecíveis. Este guia apresenta a melhor época para ver onças no Pantanal, além de orientações sobre onde ir, o que levar e como otimizar sua experiência de ecoturismo e fotografia de vida selvagem.

Melhor época para avistar onças
O consenso entre operadores turísticos, guias especializados e conservacionistas é claro: a estação seca é o período ideal para avistamentos. Nesse intervalo, as águas baixam, os animais se aproximam das margens dos rios e a visibilidade aumenta consideravelmente.
- Junho a outubro: este é o principal período recomendado para ver onças no Pantanal. Os rios estão em seu nível mais baixo e as chances de encontrar os felinos aumentam substancialmente. A vegetação está mais rala, e os animais se concentram em áreas menores.
- Julho a setembro: considerado o auge da temporada de avistamentos. O tempo é seco, os dias são ensolarados e a fauna se torna mais previsível. É o período mais procurado por fotógrafos de vida selvagem do mundo todo.
- Abril a junho (transição da cheia para a seca): já há boas oportunidades de avistamento, especialmente no final de maio e início de junho, mas a vegetação ainda pode atrapalhar a visibilidade.
- Novembro a março (período chuvoso): as chuvas aumentam o nível dos rios, dispersam a fauna e dificultam o acesso às áreas de observação. Nesse período, as chances de avistar onças são muito baixas, e muitos lodges interrompem os safáris.
Por que a seca favorece os avistamentos
Durante a estação seca, o ecossistema pantaneiro se transforma. A água escassa faz com que animais de diferentes espécies se concentrem ao redor dos corpos d’água restantes, como baías e canais. Isso facilita a visualização de predadores como as onças-pintadas.
- Concentração de presas: capivaras, jacarés e aves aquáticas se reúnem em áreas restritas, atraindo onças que caçam nessas margens.
- Vegetação menos densa: facilita o deslocamento dos veículos e barcos e amplia o campo visual dos guias e visitantes.
- Temperatura mais amena: com menos chuvas e maior previsibilidade climática, os passeios podem ser realizados em horários favoráveis como amanhecer e entardecer, quando os felinos estão mais ativos.
Onde ver onças-pintadas no Pantanal
A população de onças-pintadas se distribui de forma desigual entre as regiões do Pantanal. Abaixo estão os principais pontos para observá-las, com características únicas para cada tipo de viajante.
Porto Jofre (Mato Grosso)
Considerado o destino número um para quem quer ver onças. Porto Jofre, no final da Transpantaneira, é uma área de altíssima concentração do felino, principalmente nas margens do Rio Cuiabá. Os safáris fluviais diários saem em barcos silenciosos, com guias especializados em localização e comportamento de onças. O acesso se dá por carro 4×4 ou transfer contratado, geralmente a partir de Cuiabá.
Parque Estadual Encontro das Águas (MT)
Essa reserva é uma joia da biodiversidade. A união dos rios Piquiri, Três Irmãos e Cuiabá cria um ambiente riquíssimo em fauna, especialmente onças-pintadas. Os avistamentos são frequentes, e a experiência de navegar por esses rios é incomparável, com grande número de ariranhas, capivaras e aves raras.
Fazenda San Francisco (MS)
Localizada perto de Miranda, no Mato Grosso do Sul, essa fazenda alia turismo sustentável à observação da fauna. O diferencial está na infraestrutura acessível e no alto índice de avistamento não apenas de onças, mas também de tamanduás-bandeira, cervos-do-pantanal e sucuris. Excelente para famílias e iniciantes no ecoturismo.
Corumbá e Estrada Parque Pantanal
Uma alternativa menos explorada, mas que vem ganhando destaque. A Estrada Parque é repleta de passagens elevadas sobre alagados, perfeitas para observação de vida selvagem. Apesar de as onças serem mais discretas nesta área, há registros frequentes, especialmente por viajantes mais experientes com paciência e tempo para explorar.

Roteiro sugerido (5 a 7 dias)$1
Dia 1 – Chegada em Cuiabá ou Campo Grande
Dependendo da região escolhida, voe para Cuiabá (MT) ou Campo Grande (MS). Reserve uma hospedagem confortável na cidade para descansar da viagem e prepare os equipamentos fotográficos e de campo. Aproveite para se ambientar com o clima e conhecer restaurantes locais com culinária pantaneira.
Dias 2 a 3 – Transpantaneira ou Fazenda
No segundo dia, siga para a Transpantaneira, uma estrada de terra repleta de pontos de observação, pontes e paisagens únicas. Durante o trajeto até Porto Jofre, já é possível avistar tamanduás, jacarés e aves. Para quem opta por uma fazenda ecológica, o transporte pode ser feito em veículos 4×4. Os passeios nesses dois dias incluem safáris fluviais, trilhas interpretativas e observação da fauna local com guias especializados.
Dia 4 – Safári intensivo
Programe um dia inteiro com foco na observação das onças. Os safáris fluviais iniciam ao nascer do sol e se estendem até o meio da tarde. Barcos silenciosos deslizam pelos rios Cuiabá ou Três Irmãos, permitindo avistamentos discretos. Aproveite para fazer registros fotográficos, anotações sobre comportamento animal e vivenciar momentos únicos em contato direto com a natureza.
Dias 5 e 6 – Atividades complementares
Dedique os próximos dias para explorar outras facetas do Pantanal. Entre as atividades recomendadas estão:
- Birdwatching: mais de 650 espécies habitam o bioma, incluindo tuiuiús, araras, garças e gaviões.
- Passeios noturnos: ideais para ver animais de hábitos crepusculares, como jaguatiricas e corujas.
- Visitas a centros de conservação: projetos como Onçafari e Arara Azul oferecem educação ambiental e conhecimento sobre fauna ameaçada.
- Vivências culturais: interações com ribeirinhos e vaqueiros pantaneiros enriquecem a viagem com música, culinária e história oral.
Dia 7 – Retorno
Volta para a capital de origem. Se estiver em Cuiabá, aproveite para visitar o Mercado do Porto ou o Museu do Morro da Caixa D’Água Velha. Em Campo Grande, o Parque das Nações Indígenas é uma boa pedida para um último passeio ao ar livre.
Outras atrações imperdíveis no Pantanal
Além da observação de onças, o Pantanal oferece uma série de atividades que tornam qualquer viagem ainda mais rica e inesquecível:
- Pesca esportiva: entre março e outubro, é possível pescar espécies como pintado e dourado nos rios pantaneiros. A prática é regulamentada e deve seguir regras de soltura.
- Cavalgadas ecológicas: condução de cavalos por trilhas alagadas ou secas, com paisagens de tirar o fôlego. Muitas pousadas oferecem roteiros guiados.
- Flutuação em rios cristalinos: especialmente nas bordas com o cerrado (Bonito-MS), há experiências de mergulho com máscara e snorkel para ver peixes em águas translúcidas.
- Canoagem e stand up paddle: em áreas mais calmas dos rios, são boas opções para contato silencioso com a natureza e observação de aves.
- Fotografia de natureza: cursos e expedições fotográficas são organizados por fotógrafos profissionais e ocorrem nas melhores épocas do ano.
Essas atividades complementam o roteiro de quem busca uma imersão profunda no maior santuário de biodiversidade das Américas.

Dicas práticas para a observação de onças
- Planejamento antecipado: a alta temporada exige reservas com pelo menos 3 a 6 meses de antecedência. Os lodges próximos aos pontos de observação esgotam rapidamente.
- Equipamentos essenciais: câmera com lente teleobjetiva (mínimo 300mm), binóculos, roupas com proteção UV, chapéu, protetor solar e repelente. Leve mochila com lanches leves e bastante água.
- Acompanhamento profissional: sempre opte por agências ou lodges com guias naturalistas. Eles são treinados para interpretar sinais da mata e rastros, além de garantir segurança.
- Horários ideais: o início da manhã (entre 5h30 e 9h) e o final da tarde (16h às 18h) são os períodos com maior atividade das onças. Nos dias mais quentes, elas costumam repousar entre 10h e 15h.
- Hospedagem estratégica: escolha locais à beira dos rios navegáveis, com boa estrutura para safáris fluviais e proximidade das trilhas. Pesquise por avaliações de hóspedes com experiências anteriores de avistamento.
- Conduta ética: evite ruídos, não se aproxime demais dos animais, não use flash em fotografias e nunca ofereça alimento. A conservação depende do respeito aos hábitos naturais da fauna.
Conclusão
Viajar ao Pantanal em busca das onças-pintadas é muito mais do que um simples passeio: é uma vivência transformadora, que conecta o viajante com a força e a delicadeza da vida selvagem. Observar uma onça em seu habitat natural é uma lembrança que permanecerá para sempre na memória, assim como o contato com a rica fauna, flora e cultura pantaneira.
Com o planejamento adequado, escolhendo a melhor época (junho a outubro) e os destinos mais promissores, você terá a oportunidade de presenciar um dos espetáculos mais fascinantes da natureza brasileira. A diversidade de atividades complementares torna a viagem ainda mais completa, combinando aventura, contemplação, cultura e sustentabilidade.